Ancião Huni Kuin de 90 anos, um dos mais antigos da região do Jordão (AC, Brasil), pertencente a uma linhagem milenar que remonta ao tempo dos shenipabu ("povo antigo"), é um dos principais pesquisadores, professores, lideranças e difusor da ciência originária de seu povo, e um dos principais responsáveis pelo cambio intercultural entre a ancestralidade Huni Kuin e outros povos, considerado também um dos principais contribuintes do compartilhamento do pensamento indígena contemporâneo. 

Pioneiro na organização de parques de espécies vegetais medicinais utilizadas pelo seu povo, também é profundo conhecedor de saberes tradicionais como a utilização de plantas medicinais, cantos, histórias, sonhos, dietas, rituais, batismos, culinária, agricultura, dentre outros.

Nos últimos anos contribuiu decisivamente com a preservação da cultura do povo Huni Kuin a partir da fundação de seu principal projeto, Una Shubu Hiwea - Escola Viva, o qual coordena até o momento presente e onde continua sua pesquisa sobre o Shenipabu Beya Kuin ("cultura dos antigos"), e a atualizaçao dos saberes através do novo projeto SHENIPABU IKA NAI BAI.

Fundador do projeto Una Shubu Hiwea - Escola Viva, continuação do projeto de transmissão de saberes que resultou nas publicações Una Hiwea - Livro Vivo (2013 UFMG); Una Isi Kayawa (2014 JBRJ e Dantes Editora), o Livro da Cura do povo Huni Kuin do Rio Jordão; e Una Shubu Hiwea, Livro da Escola Viva (2017 Dantes Editora e Itaú Cultural),  dos quais foi importante colaborador, dividindo autoria nas duas primeiras publicações e sendo principal autor na última, que reuniu pesquisadores de 36 aldeias do Rio Jordão.

Participa ativamente em redes que articulam saberes interculturais através de diversas mídias, para dentro e fora do território Huni Kuin, como o Selvagem – Ciclo de Estudos sobre a Vida pelos últimos 4 anos até o momento presente; tendo seu trabalho inspirado o projeto Escolas Vivas, iniciativa da Dantes Editora.

A pesquisa de vida de Dua Buse é apresentada em diversos trabalhos culturais, desde pesquisas acadêmicas, produções cinematográficas, publicações de autoria indígena, além de indiretamente ser responsável pelo acesso ao conhecimento Huni Kuin que inspira o trabalho de seus parentes e também de pensadores, pesquisadores, artistas, produtores culturais de outros povos.